Ontem, depois de ter tentado espairecer, fui para casa dos meus tios, onde estava a família toda reunida como é normal ao sábado á noite, uns estavam no computador, outros estavam a ver um filme ou na cozinha a fumar, entre correrias dos pequenos, fui-me sentar á beira da lareira, estava frio lá fora e tinha a ponta do nariz e as mãos completamente geladas. Peguei no telemóvel, no mp4 e sentei-me a pensar. Depois de muitas músicas e de ter falado com uma das tuas amigas, escrevi-te uma mensagem, e ao contrário dos outros dias cliquei em enviar, as respostas não foram as melhores, e a conversa acabou rápido, pelo menos mais rápido que eu esperava, embora antes pensasse que nem sequer ia obter uma resposta tua. No meio disto tudo, não consegui evitar o cair de uma lágrima e foi neste momento que o meu primo mais novo se sentou perto de mim, a olhar com um ar de preocupado, e então muito rapidamente limpei a lágrima que escorrera sem eu querer. Durante uns segundos, ele não abriu a boca só se encostou a mim, mas eu sabia que não iria ser assim por muito mais tempo, sabia que ele estava preocupado e que me ia perguntar certamente o porquê de me ter sentado ali e o porquê de ter deixado escapar o que escapei. Aconchegou-se perto de mim, e perguntou-me se era por um rapaz que estava assim, respondi-lhe apenas que nem sempre tudo corre como queremos, mas que o mais importante era nunca desistir, e foi então que fez a pergunta mais difícil, perguntou-me o que era amar, e o que eu sentia quando amava alguém de verdade. Fiquei estúpida e sem saber o que responder, voltou a perguntar e então disse o que sentia quando estavas presente na minha vida. “ Sabes, amar é difícil, nunca sabes se estas a tomar a atitude certa ou a errada, mesmo que conheças bem essa pessoa, amar é não querer magoar, é perdoar, é entrar na vida dessa pessoa e partilhar a tua vida com ela, amar é ser feliz, mas dentro disso, ainda é mais importante é saber manter a felicidade dessa pessoa sempre. Amar é não desistir mesmo que se esteja sempre a fracassar, é querer essa pessoa acima da distância, é saber que estamos lá e que é recíproco, é discutir, e crescer, é viver e aprender a viver ainda melhor e mais com a pessoa que temos ao nosso lado, é deixar de viver em função de mensagens, de palavras bonitas, e acabar por viver em função da outra pessoa, e das atitudes que tem perante nós. É saber cuidar dessa pessoa como se se tratasse de algo muito valioso, é saber que essa pessoa é o causador/ causadora das nossas insónias, do bater forte do nosso coração, e das borboletas na nossa barriga.É quereres estar sempre com essa pessoa, e quando não estas fisicamente com ela, estas no pensamento, é ires para a porta dela, esperares só para a ver, é andares kms para sentires te feliz, é tudo e é nada. Não é depender, é entregarmos-nos,é sentirmos-nos livres e capazes de tudo, de orgulhar, de chorar, de vencer, é ter mil sentimentos e nunca os conseguir descrever “. Não fui capaz de descrever mais e mantive-me ali com ele deitado no meu colo e a olhar para mim com os olhos a brilhar, e disposto a ficar a ouvir-me durante horas e horas no calor daquela sala.E no final, apercebi-me que ainda te amo, e que ainda só precisava de ti.
Teresinha, sem dúvida adorei o texto. Consegues descrever um sentimento que é difícil de se descrever, e que por vezes é diferente de pessoa para pessoa, e a maneira de o sentir e perceber. Mostras-te muito bem a maneira como para ti é compreensível.
ResponderExcluirQuanto ao estares junto a lareira, e deitares uma lágrima, temos de ser fortes, mesmo quando a vida não corre a feição que nós queremos.
Um beijinho enorme.
Também tenho o meu primo cuja presença ilumina o meu mundo. Uma vez, não há muito tempo, várias lágrimas me escaparam e ele agiu conforme o teu primo :) Descreveste muito bem o amor, querida. E a conclusão a que chegaste é que não foi das mais esperadas (...) UPS! Tudo de bom. Bji*
ResponderExcluir